Ideário arminiano. Abordagens sobre a teologia clássica de Jacó Armínio: suas similaridades, vertentes, ambivalências e divergências.

domingo, 14 de junho de 2009

Fé e graça.

Donald C. Stamps
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“Para que, assim como o pecado reinou na morte, também a graça reinasse na justiça para a vida eterna, por Jesus Cristo, nosso senhor." (Rm 5.21).
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A salvação é um dom da graça de Deus, mas somente podemos recebê-la em resposta a fé,do lado humano. Para entender corretamente o processo da salvação precisamos entender essas duas palavras: fé e graça.
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FÉ SALVIFÍCA. A fé em Jesus Cristo é a única condição prévia que Deus requer do homem para a salvação. A fé não é somente uma confissão a respeito de Cristo, mas também uma ação dinâmica, que brota do coração do crente que quer seguir a Cristo como senhor e salvador (cf. Mt 4.19; Lc 10.4,27; 12.26 Ap 14.4).
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(1) o conceito de fé no NT abrange quatro elementos principais:
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(a) Fé significa crer e confiar firmemente no Cristo crucificado e ressurreto como nosso Senhor e Salvador pessoal (ver Rm 1.17). Importa em crer de todo o coração (At 8.37; Rm 6.17; Ef 6.6; Hb 10.22), ou seja: entregar a nossa vontade a totalidade do nosso ser a Jesus Cristo tal como Ele é revelado no NT.
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(b) Fé inclui arrependimento, i.e., desviar-se do pecado como verdadeira tristeza (At 17.30; 2Co 7.10) e voltar-se para Deus através de Cristo. Fé salvífica é sempre fé mais arrependimento (At2.37, 38; MT 3.2).
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(c) A fé inclui obediência a Jesus Cristo e a sua palavra, como maneira de viver inspirada por nossa fé, por nossa gratidão a Deus e pela obra regeneradora do Espírito Santo em nós (Jo3.3-6;14.15,21-24; Hb 5.8,9). É a “obediência que provém da fé” (Rm 1.5). Logo, é e obediência são inseparáveis (cf. Rm 16.26). A fé salvífica sem uma busca dedicada da santificação é ilegítima e impossível.
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(d) A fé sincera inclui dedicação pessoal e fidelidade a Jesus Cristo, que se expressa na confiança, amor, gratidão e lealdade para com Ele. A fé, no seu sentido mais elevado, não se diferencia muito do amor. É uma atividade pessoal de sacrifício e de abnegação para com Cristo (cf. MT 22.37; Jô 21.15-17; At 8.37; Rm 6.17; Gl 2.20; Ef 6.6; 1Pe 1.18).
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(2) A fé me Jesus Cristo como nosso Senhor e Salvador é tanto um at de um único momento, como uma atitude contínua para a vida inteira, que precisa crescer e se fortalecer Jo 1.12.
Porque temos fé numa Pessoa real e única que morreu por nós (Rm 4.25; 8.32; 1Ts 5.9,10), nossa fé deve crescer (Rm 4.20; 2Ts 1.3; 1Pe 1.3-9). A confiança e a obediência transformam-se em fidelidade e devoção (Rm 14.8; 2Co 5.15); nossa fidelidade e devoção transformam-se numa imensa dedicação pessoal e amorosa ao senhor Jesus Cristo (Fp 1.21; 3.8-10)
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GRAÇA. No At Deus revelou-se como Deus da graça e misericórdia, demonstrando amor para com o seu povo, não porque este merecesse, mas por causa da fidelidade de Deus à sua promessa feita a Abraão, Isaque e Jacó (Ex 6.9).
Os escritores bíblicos dão prosseguimento ao tema da graça como sendo a presença e o amor de Deus emCristo Jesus, transmitidos aos crentes pelo Espírito Santo, e que lhes outorga misericórdia, perdão, querer e poder para fazer a vontade de Deus (Jo3.16; 1Co 15.10; Fp 2.13; 1Tm 1.15,16). Toda a atividade da vida cristã, desde o seu inícioaté ao fim,depende desta graça divina.
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(1) Deus concede uma medida de sua graça como dádiva aos incrédulos (1Co 1.4;15.10), a fim de poderem crer no Senhor no Senhor Jesus Cristo (Ef 2.8,9; Tt 2.11,12; 3.4).
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(2) Deus concede graça ao crente para que seja “liberto do pecado” (Rm 6.20,22), para que nele opere “tanto op querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade” (Fl 2.13; cf. tt 2.11,2; MT 7.21), para orar (Zc 12.10, para crescer em Cristo (2Pe 3.18) e para testemunhar de Cristo (At 4.33; 11.23).
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(3) Devemos diligentemente desejar e buscar de Deus (Hb 4.16). Alguns dos meios pelos quais o crente recebe a graça de Dues são: estudar as Escrituras Sagradas e obedecer aos seus preceitos (Jô 15.1-11; 20.31; 2 Tm 3.15), ouvir a proclamação do evangelho (Lc 24.47; At 1.8; Rm 1.16; 1 Co 1.17,18), orar (Hb 4.16), adorar a Cristo (Cl 3.16); estar continuamente cheio do Espírito Santo (cf. Ef 5.18) e participar da ceia do Senhor (cf At 2.42; Ef 2.9).
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A graça de Deus pode ser resistida (Hb 12.15), recebida em vão(2Co 6.1), apagada 1Ts 5.19), anulada (Gl 2.21) e abandonada pelo crente ( Gl 5.14).
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A graça de Deus pode ser resistida:
Tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem. (Hb 12.15)
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A graça de Deus pode ser recebida em vão:
E nós, cooperando também com ele, vos exortamos a que não recebais a graça de Deus em vão. (2Co 6.1).
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A graça de Deus pode ser apagada:
Não extingais o Espírito. (1Ts 5.19)
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A graça de Deus pode ser anulada:
Não anulo a graça de Deus; pois, se a justiça é mediante a lei, segue-se que morreu Cristo em vão. (Gl 2.21).
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A graça de Deus pode ser abandonada pelo crente:
Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela lei; da graça tendes caído. ( Gl 5. 4)

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STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD. 1995.
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Como Jacobus Arminius acredito que: "As Escrituras são a regra de toda a verdade divina, de si, em si, e por si mesmas.[...] Nenhum escrito composto por Homens, seja um, alguns ou muitos indivìduos à exceção das Sagradas Escrituras[...] está isento de um exame a ser instituído pelas Escrituras. É tirania, papismo, controlar a mente dos homens com escritos humanos e impedir que sejam legitimamente examinados, seja qual for o pretexto adotado para a tal conduta tirânica." (Jacobus Arminius) - Contato: lailsoncastanha@yahoo.com.br

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